quinta-feira, 23 de junho de 2011

Frases Soltas

Inverno


É quando o tempo esfria
E o inverno se tece
Que as pessoas se cobrem
E os casais se aquecem

O guarda-roupa intocável
Agora é vislumbrado
Pelos olhares perdidos
Em busca de um agasalho

E na memória as lembranças
Das caminhadas geladas
Em direção a escola
Que a tanto não era lembrada

No vidro do ônibus que embaça
Uma carinha é pintada
Por um dedinho miúdo
De uma criança engraçada.

Em casa a sopa da mãe
Na sala o filme começa
No bule o chá não esfria
Lá fora a noite tem pressa.

É quando o tempo esfria
Que as conversas esquentam
Que o sorriso é tremido
E os beijos não mais sustentam.

É quando o beijo é roubado
É quando nada é explicito
É quando o vinho é tomado
É quando amor é bem-vindo

É quando o tempo esfria
E sua pele arrepia
Que a emoção toca alma
Com o toque de luva fina.

Luan Emilio Faustino

domingo, 19 de junho de 2011

Passado



‎"No final das contas tudo se torna passado, e o que ainda não é, um dia será. E o que um dia foi continuará sendo. Porque ninguém pode mudar o passado, o que se pode fazer é tentar não se tornar o passado de alguém antes da hora. E se manter presente, não é tarefa fácil, não mesmo. É por isso que tantas pessoas ficam no passado e tão poucas no presente". Luan Emilio Faustino

quarta-feira, 15 de junho de 2011

DÉJÀ VU

Em seu silêncio rasgante
Refiz os planos de antes
E vi no céu inconstante
O seu pesar retumbante
E nas palavras não ditas
Pude notar entre linhas
Que escapavam verdades
Verdades que confundiam
E num vacilo do tempo
Um Déjà vu fez-se lento
Para notar os detalhes
Da perfeição do momento
Ao fim de tudo eu sabia
Que nada mais existia
Além do certo e improvável
Além do que não se via
E vendo tudo passar
Pude me ver divagar
A sensação que era viva
Que foi sem nunca chegar.

Luan Emilio Faustino - 13/04/09 – 20:17hs

domingo, 5 de junho de 2011

Querer, não ter, fingir, fugir


As pessoas desistem tão facilmente do amor, elas se abatem com qualquer decepção, desistem no primeiro não e se alimentam de uma auto-pena que as fazem se sentir vitimas de tudo e todos. “Ohhh porque nada da certo comigo?”, “Ahh como o amor é cruel!”, “Eu cansei de sentir, cansei!". Besteira...

Elas ficam nessa de querer, não ter, fingir, fugir e já não lutam mais pelo o que acreditam, elas nem sabem ao certo no que acreditam, elas não insistem, não protestam, não se arriscam. E ainda acham que foram vitimas de um Bullying do amor. (Aquele onde o amor as perseguem sistematicamente para entre outras coisas fazer com que elas se sintam ridicularizadas por não serem devidamente correspondidas). E sem se dar conta, elas ficam nessa de se envergonhar por sentir.  Como se se sentir fosse um crime ou qualquer outra coisa passível de punição. E por assim pensar, elas se punem. Elas simplesmente vão aceitando a perda do romantismo, abrindo mão dos pequenos gestos que com o tempo se tornam grandes aja vista o vazio que fica, o vazio que cresce e vai tomando cada espaço, cada pensamento desesperançoso. E é triste ver que as pessoas querem o amor mas não fazem nada que as tornem dignas de merece-lo. É triste porque de certa forma todo mundo merece amar e ser amado, porém são poucos aqueles que não desistem do amor. A maioria simplesmente pega o caminho mais fácil da razão; eles sabem exatamente aonde vão chegar, sabem muito bem como proceder, mas vivem em uma espera silenciosa por um desvio, uma mudança na rota, ou qualquer outro acaso que os levem de encontro para eles mesmos.

É uma pena, realmente é uma grande pena que as pessoas desistam assim tão facilmente do amor e apliquem como parâmetro de comparação para as futuras relações todas as suas frustrações. Elas se esquecem, elas infelizmente se esquecem que cada pessoa é um universo a ser explorado e mal sabem que por mais que elas desistam do amor, ele jamais desistirá delas. Porque o amor é incansável. Vai-se o tempo, vão-se as pessoas, o amor fica.

Ainda que incompreendido, o amor fica em alguma parte de nós, ele fica para dar sentido a essas coisas que fogem da razão. Ele fica, eu sei que fica. Ele ficou”.

Luan Emilio Faustino 05/06/2011 – 15:30h

quinta-feira, 2 de junho de 2011

De tudo aquilo que não cabe no passado



Deixei a porta aberta e ele, o passado, voltou com tudo. Eu poderia muito bem ter fechado a porta, passado o trinco e reforçado ela com o peso de minhas lembranças. Mas o fato é que no fundo eu sempre quis que você voltasse. (Eu falo sempre, mas este “sempre”, sempre esteve presente com a vontade de te esquecer, sabe?) Mas eu falhei, eu falhei todos os dias em que me lembrava de tentar te esquecer... E agora que você me veio assim tão de repente como se não houvesse passado um único dia desde então, eu já não sei se devo fechar a porta por onde você veio ou se improviso um salto pela janela. Eu tenho medo, aliás, eu tenho muito medo, mas ainda sim eu tenho coragem suficiente para assumir o meu medo. E embora eu tema essa nossa reaproximação, eu sei que entre você e eu nunca houve um passado ou qualquer coisa que te fizesse em mim distante. Porque em meio as coisas que digo apenas para confundir e as coisas que eu não digo, você sempre esteve presente. Sempre.

“O que eu não consigo entender é porque você insiste em voltar, quando tudo o que eu queria era partir. Apenas partir, com ou sem você, não importa. Eu iria hoje para qualquer lugar que me fizesse superar este passado que não passa".


Luan Emilio Faustino 03/06/2011 00:53h