sexta-feira, 6 de julho de 2012

Na rua dos viajantes


        Foto Fernanda Vilela - São Carlos / SP


 Bom é saber que independentemente de como as coisas estejam o mundo continua dando suas voltas, mas também não é porque o mundo gira que você vai ficar ai parado esperando que as coisas aconteçam, né?! Gire junto... Ou não gire, mas mude o eixo, não faça da sua vida uma rotação mesquinha que só sabe girar em torno de si mesmo. Tá esperando o quê para fazer a sua particular translação? Existe um universo inteiro para ser descoberto. E ele esta mais perto do que você imagina, bem ali: na rua dos viajantes das casas sem número, aonde ninguém para e tudo é efêmero, uma rua cumpriiiiiiiiiida que não se sabe ao certo aonde acaba, mas que quanto mais se caminha, mais próximo se fica de si mesmo. Talvez estejamos todos nessa mesma rua, ora nos esbarrando, ora não percebendo a presença do outro, cada qual da sua forma levando o que pode na mochila. Alguns com sonhos, outros com dores, alguns levam lembranças e também há aqueles que querem levar tudo e acabam demorando mais para chegarem aonde querem. É que por mais belo que um passado seja ele não cabe na mochila, algumas coisas precisam ficar do lado de fora para tornar a viagem possível. E a gente sofre até mesmo para abrir mão das coisas que já estão quebradas e acredita que vai dar um jeito de concertar pelo caminho, que elas vão voltar a funcionar sozinhas, e não percebe que as coisas quebradas de dentro de nossas mochilas são capazes de quebrarem as coisas que estavam intactas pelos lugares onde passamos. É por isso que é um risco viajar por ruas desconhecidas sem espaço para o novo, vai que ali na esquina do acaso você encontra algo realmente único e verdadeiro?! Na duvida, melhor levar só o necessário, um kit sobrevivência com tabletes de amor próprio e barrinhas de determinação. O importante mesmo é manter-se em movimento, e ter em mente que tão necessário quanto saber aonde se quer chegar, é reconhecer aonde não se quer ficar parado.  Então vamos lá, pega a mochila, põem nas costas e segue em frente, porque o mundo não para. De nada vale a translação, a rotação, as mudanças das ruas e as estradas movimentadas se dentro de você as coisas continuam as mesmas.  


Luan Emilio Faustino

Um comentário:

  1. Adorei o texto Emilio, se tornou um dos meus preferidos, pois nos desafia!!!

    O fascismo.
    Acesso Permitido.
    Negar o pecado.
    Projeto Discipulando.

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