terça-feira, 6 de março de 2012

Quando a guerra chega ao fim



E de tanto insistir em algo que não ia pra frente eu fui cansando, não por falta de paciência ou fé de que as coisas poderiam dar certo, eu fui cansando assim tão lentamente, que chegou um momento em que eu havia me cansado até mesmo de me cansar. Todo aquele desgaste mais parecia uma luta que envolvia duas pessoas, mas que só havia um soldado em campo. Era meio desleal aquela batalha em que o meu maior oponente era o amor próprio que ás vezes se camuflava de orgulho, ou seria o oposto? Enfim... Não foi fácil seguir em frente deixando tanta coisa pra trás, mas passadas as primeiras fronteiras eu pude notar que haviam muito mais motivos para seguir em frente do que voltar para aquele passado que não tinha a menor chance de se tornar um futuro. E depois que a guerra acaba, e as bandeiras brancas já foram tremuladas, as memórias nos alcançam em algum lugar da noite ou da multidão, nos fazendo se sentir heróis e vilões por ainda conseguir seguir em frente e esboçar um sorriso. Ao fim de tudo, ja nem importa quem ganhou ou perdeu a guerra, porque isso não mudará o fato de que a guerra acabou. E que bom que entre mortos e feridos salvaram-se todos, alguns mais feridos que os outros, mas todos com cicatrizes que irão acompanhá-los para lembrar de que a guerra valeu a pena, de que a luta um dia existiu. Sem medalhas, sem honras, sem glórias, apenas lembranças, lembranças e nada mais.


Luan Emilio Faustino

Um comentário:

  1. Mais que perfeito , sem palavras pra descrever tanta perfeição.

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