IM - PERFEIÇÃO

Sobre a perfeição pouco sei, nunca quis ser perfeito, e se um dia eu a quis foi nos outros, não em mim. Dei-me conta que era imperfeito quando notei que cobrava dos outros aquilo que nem eu mesmo poderia oferecer:  perfeição. Sempre havia um defeito, algo que poderia ser mudado, melhorado , algo que faltava, que poderia ser adiado. E só hoje eu sei que esta falta, este vazio que tanto me consumia não estava nos outros, estava em mim. A ideia da perfeição me fez ser imperfeito com o imperfeito mais perfeito que só o tempo me fez ver.
O problema é que admitir as nossas imperfeições, não nos torna menos imperfeitos, não apaga os erros ou faz o tempo voltar e de nada vale admitir os nossos defeitos se não estamos dispostos a melhora-los. (E embora eu afirme isso aqui, eu discordo em partes). Tudo bem se eu discordar de eu mesmo de vez em quando, né? Confesso, ainda que sob vaias mentais que não tenho a menor pretensão de mudar meus defeitos, sério...  Eu aprendi a gostar deles, me apeguei,  são partes de mim, como filhos rebeldes que a gente cria e aprende a amar incondicionalmente. Contento-me agora com as coisas que cabem no imperfeito, nada além do improviso, do espontâneo, do natural. Gosto mesmo é do inacabado, do humano, de tudo aquilo foge dos padrões, da norma, de tudo aquilo que soe único e verdadeiro.
 E foi quando eu desisti dessa busca pela perfeição que eu percebi que a vida pode mesmo ser surpreendente. Que as coisas não precisam ser exatamente como a gente quer ou planeja para que sejam inexplicávelmente inesquecíveis. Adoro redescobrir olhares, sorrisos, sentimentos, redescobrir o prazer das descobertas e resignificar até mesmo o conceito da perfeição.
Pode parecer o tipo de frase pronta que se lê numa dessas embalagens de balas ou bombons, mas a verdade é que hoje eu prefiro um amor imperfeito do que uma perfeita desilusão.

“A gente aprende amar a imperfeição, porque perfeito mesmo é aceitar as pessoas como elas são.”

Luan Emilio Faustino 04/05/2011  - 22:27h