De tudo que deixei de fazer

...E se você soubesse, se você ao menos suspeitasse dessas coisas que sinto, dessas coisas que minto, você não me diria as coisas que disse, da forma que disse, ou diria, não sei... Na verdade eu tenho medo de saber, eu tenho medo de chegar à conclusão de que independente daquilo que eu tivesse dito ou feito acabaríamos da mesma forma: como dois estranhos. Mas você não sabia, eu sei, eu sei por que sempre fiz questão de esconder tudo aquilo que de alguma forma pudesse me tornar vulnerável para alguém. Eu não queria levantar suspeita, eu não queria que você soubesse o quão dependente de ti eu havia me tornado. Eu nem mesmo quis que as coisas caminhassem da forma como caminharam, é por isso que eu me mantive forte nessa tentativa de negar meus sentimentos, nessa tentativa de esconder o óbvio, nessa farsa que inventei para tentar me preservar. Mas eu falhei, não com uma atitude precipitada ou gesto em falso, eu falhei quando me mantive em silêncio, calado e obstante de tudo aquilo que eu temia perder sem mesmo um dia ter possuído. Eu descobri da forma mais dolorosa que o meu maior erro foi ter subestimado os meus sentimentos, foi tentar controlar algo que todo dia me domina e me faz refém em pensamentos. E saber exatamente em qual parte dessa história eu errei, não muda em nada os fatos, as lacunas e sobre tudo o que eu sinto. E eu sinto tanto... tanto... que seria capaz de viver por muito mais tempo em silêncio só para não te ver sofrer. Sempre com aquela esperança tola de um dia poder te dizer: tudo que fiz e tudo que deixei de fazer, foi por amor. Pelo amor que tenho por você.

Luan Emilio Faustino 17/01/2011 – 03:54h