sábado, 25 de setembro de 2010
As Mãos que Falam
Quem teve a brilhante idéia de eternizar o efêmero?
Estaria ele ou ela ciente de seu feito em pleno ato da escrita,
Ou morrera antes mesmo que reproduzissem suas palavras?
Quantos lápis se acabaram na tentativa heróica
De falar pelas cabeças que rolaram,
De tocar os corações que se fecharam
E de mostrar na simplicidade de um verso
De quantas formas diferentes o ser humano pode ser tocado.
Quantos namoros frustrados deram origem a escritores românticos em potencial?
E chega a ser perturbador pensar:
Quantas palavras seriam necessárias para definir a dimensão de um sonho?
Quando precisamos de apenas uma única para resumir o fim do mesmo.
Existe um poema já escrito para cada sentimento,
Se o que sentimos parece ser ao mesmo tempo único porem universal?
Não foram poucas às vezes que me vi escrito por terceiros
Em poemas do século passado pelas mãos que eu nunca toquei.
Como pode um estranho me descrever
Sem nem ao menos se dignar a viver na mesma geração que eu!?
E como pode uma mesma rima ter significado diferente para cada pessoa?
Mais que sentir é preciso compreender estes que são anjos e demônios
Estes que nos envolvem em seus enredos,
Que recriam histórias,
Que nos fazem personagens,
E detém o precioso poder de se reescreverem,
De que adiantaria a existência das palavras,
Se não houvesse no mundo aqueles que a sabem usar?
Luan Emilio Faustino 25 de Julho de 2009 13:25hs
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