quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Depois


Quando não existem mais lágrimas para serem enxugadas
Quando a dor é uma lembrança superada
A felicidade pode parecer uma estranha que te convida
Para uma festa da qual você nunca quis ter saído.
A duvida cruel que dilacera momentos
Faz com que se acredite apenas na dor
Ao passo em que nos furtamos da alegria,
Amiga distante que perdemos contato.
Se ainda houvessem lágrimas a serem expulsas
E sentimentos a serem superados,
Talvez esse vazio que se engrandece não fosse notado.
Quando rir de tudo não tem graça
Quando a sua conquista não é devidamente compartilhada
Algo parece não fazer sentido, mesmo quando tudo da certo.
E você quer sorrir como se fosse verdade
Mas percebe que sua mentira não convence nem a si mesmo.
Quando tudo passa a ter um novo significado
Quando os conceitos são refeitos em noites de insônia
Os espaços existentes tomam formas de labirintos
A vida insiste em seguir, ainda que não saibamos pra onde.
Procuramos saídas, um ponto de origem, sinais.
E depois quando o corpo se farta dessa falta do que sentir
As paredes construídas pelo medo caem formando pontes
De volta ao mundo dos que sentem, existe o risco.
Mas nada mais te amedronta, o medo maior já passou...
Existe em ti um coração humano que nunca deixou de pulsar.

Luan Emilio Faustino 06/02/10 – 23:13hs

3 comentários:

  1. achei tao incrivel, ainda mais a imagem *-*

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  2. Muito legal esses poemas... parabêns pelo trabalho...

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  3. Sentimental, forte com pequenos traços de suavidade expressa. Paira sobre um surrealismo inerente a qualquer humano apaixonado, ou que já tenha sofrido por tal paixão. E depois? Depois irei procurrar esse tal de meu coração ;D

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